Do dia para noite a vida muda.
Ela te dá a vida mesma como presente.
Um simples sábado que fui ao saturday
night market para comprar um tecido com um Ganesh, me dá a surpresa de um bebe
esquilo órfão em minha casa.
Lembramos que 2 dias antes, a gata que
vive no jardim tinha matado um esquilo, para alimentar seus 3 bebes (que
nasceram em minha casa).
Ele estava vivo, gritando pela vida,
salvando seus irmãos. Que tiramos de um ninho no telhado.
Todos fracos, desidratados, de olhos
fechados e vida pulsando.
Soro caseiro, leite em pó e Reiki.
Começaram a andar, crecer e gritar.
Protegemos dos gatos e demos muito amor.
Observamos alguns processos e tinha um
ritual antes de dar comida (leite em pó bem fraquinho), como estimular o pipi
com algodão umido para fazer xixi e coco. Funciona.
Alimenta-los a cada 3h.
E dar calor.
Cada um com sua personalidade, dai vem
seus nomes:
Krishna, que deu um jump de 4m de altura
para sobreviver, se arriscando, e salvar a vida de seus irmãos. Por ser o mais
forte, gritava alto, das entranhas, para ser salvo e fazer seu dharma.
Ganapati, por seu instinto brincalhão,
desconfiado, que andava para tras até pegar confiança, e rápido nos movimentos,
animava seus irmãos subindo em cima deles.
E Arjuna, o menorzinho, que saiu do ninho
sem forças, magro, e comia mais que todos para continuar vivo. Despertou com um
pedaço do ninho enrolado em seu pescoço e braço esquerdo, e assim perdeu o
movimento do punho.
Uma semana de muito cuidado, amor e
preocupação. Que a cada dia trazia a beleza da essência do ser humano, o pulsar
da vida desde os seres mais pequenos, por seu reconhecimento, pelo sentido do
olfato, as pequenas mudanças, forma de andar e correr, mamar, o rabo crescer, o
corpinho pegando forma ao sair do chão, dormir todos enroladinhos e juntos, ou
no cantinho da perna, ou entre os dedos…
Passados 5 dias começamos a dar um leite
que foi receitado pela veterinária que veio ve-los. Lactol.
Pelo nome (e cheiro) parece algo bem
quimico, criado por nós humanos, pela ciência, para bebes órfãos.
Cada mamada eles mudavam um pouco.
Ficavam lesados, andando menos, comendo menos, Arjuna com a barriga inchada e
coco água.
Eles já estavam escalando rápido e firme
os braços, ombro, roupas, estavam fortes, brincando com as mãos, ainda de olhos
fechados.
Ficaram preguiçosos e fracos de um dia
para outro.
Sabado eu estava sentada na varanda e vi
a gatas, com seus 3 bebes crescendo, mamando, dormindo, vivos com o amor de sua
mãe… Me deu um aperto, uma pena por eles estarem só, sem a mãe. Então fui ficar
com eles, dar leite e calor.
Uma semana depois de salva-los, de
progresso e luta individual, os esquilos pararam de gritar. Um a um, Krishna,
Ganapati e por ultimo o guerreiro de menor tamanho, Arjuna, que lutou muito.
Deixamos de ouvir o coração para escutar
a ciência… E foi o que foi.
Nos deram uma semana a eternidade do
presente.
O presente da vida.
A volta para a essência.
O dharma de cada um.
A felicidade e beleza da vida.
A simplicidade de simplesmente ser.
O amor a cada ser como unico.
Ou como Um.
Hare Krishna!
Hare Arjuna!
Jaya Ganapati!
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