quinta-feira, 10 de maio de 2012

Krishna, Arjuna e Ganapati


Do dia para noite a vida muda.
Ela te dá a vida mesma como presente.

Um simples sábado que fui ao saturday night market para comprar um tecido com um Ganesh, me dá a surpresa de um bebe esquilo órfão em minha casa.
Lembramos que 2 dias antes, a gata que vive no jardim tinha matado um esquilo, para alimentar seus 3 bebes (que nasceram em minha casa).
Ele estava vivo, gritando pela vida, salvando seus irmãos. Que tiramos de um ninho no telhado.
Todos fracos, desidratados, de olhos fechados e vida pulsando.
Usamos o instinto da natureza para alimenta-los.
Soro caseiro, leite em pó e Reiki.
Começaram a andar, crecer e gritar.
Protegemos dos gatos e demos muito amor.
Observamos alguns processos e tinha um ritual antes de dar comida (leite em pó bem fraquinho), como estimular o pipi com algodão umido para fazer xixi e coco. Funciona.
Alimenta-los a cada 3h.
E dar calor.

Cada um com sua personalidade, dai vem seus nomes:
Krishna, que deu um jump de 4m de altura para sobreviver, se arriscando, e salvar a vida de seus irmãos. Por ser o mais forte, gritava alto, das entranhas, para ser salvo e fazer seu dharma.
Ganapati, por seu instinto brincalhão, desconfiado, que andava para tras até pegar confiança, e rápido nos movimentos, animava seus irmãos subindo em cima deles.
E Arjuna, o menorzinho, que saiu do ninho sem forças, magro, e comia mais que todos para continuar vivo. Despertou com um pedaço do ninho enrolado em seu pescoço e braço esquerdo, e assim perdeu o movimento do punho.

Uma semana de muito cuidado, amor e preocupação. Que a cada dia trazia a beleza da essência do ser humano, o pulsar da vida desde os seres mais pequenos, por seu reconhecimento, pelo sentido do olfato, as pequenas mudanças, forma de andar e correr, mamar, o rabo crescer, o corpinho pegando forma ao sair do chão, dormir todos enroladinhos e juntos, ou no cantinho da perna, ou entre os dedos…
Passados 5 dias começamos a dar um leite que foi receitado pela veterinária que veio ve-los. Lactol.
Pelo nome (e cheiro) parece algo bem quimico, criado por nós humanos, pela ciência, para bebes órfãos.
Cada mamada eles mudavam um pouco. Ficavam lesados, andando menos, comendo menos, Arjuna com a barriga inchada e coco água.
Eles já estavam escalando rápido e firme os braços, ombro, roupas, estavam fortes, brincando com as mãos, ainda de olhos fechados.
Ficaram preguiçosos e fracos de um dia para outro.
Sabado eu estava sentada na varanda e vi a gatas, com seus 3 bebes crescendo, mamando, dormindo, vivos com o amor de sua mãe… Me deu um aperto, uma pena por eles estarem só, sem a mãe. Então fui ficar com eles, dar leite e calor.
Uma semana depois de salva-los, de progresso e luta individual, os esquilos pararam de gritar. Um a um, Krishna, Ganapati e por ultimo o guerreiro de menor tamanho, Arjuna, que lutou muito.
Deixamos de ouvir o coração para escutar a ciência… E foi o que foi.
Nos deram uma semana a eternidade do presente.
O presente da vida.
A volta para a essência.
O dharma de cada um.
A felicidade e beleza da vida.
A simplicidade de simplesmente ser.
O amor a cada ser como unico.
Ou como Um.

Hare Krishna!
Hare Arjuna!
Jaya Ganapati!

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