segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O livro da vida

Olhando como observadora uso minha mente para ler um livro.
O livro da minha vida.
Talvez a memória sirva somente para isso.
Lembrar o que passou e processar o hoje de uma forma lógica e óbvia.
Por que passei por tudo que se foi, que na verdade não foi, ainda está aqui?
Todo o passado não existe, ele ainda vive no presente, faz parte da minha história que vivi para chegar onde estou agora.
Cada passo que dou hoje só é possível pelo que vivi.
E o que vivo agora, cada passo do presente, construo um novo e conseqüente presente amanhã.
Dentro desse livro existem muitas mortes, mudanças, transformações...
Sendo a maioria com dificuldade, pois nascemos despreparados.
Não sabemos morrer.
Mas em algum ponto a vida me mostrou que só passando pelas mortes, que fazem parte da vida, que eu consigo sobreviver.
Dia após dia vivo com intensidade.
Em vários capítulos que se iniciaram só sobrevivi e cresci através das mortes.
Tive que passar por processos de cura, altos e baixos, momentos que beiram a loucura, tristezas que pareciam sem fim, renuncias, e em grande parte do livro eu não tinha idéia para onde estava indo.
Mas sempre tive uma ‘certeza’, sem saber de onde vinha, de que aquele era o caminho.
Por mais duro ou maluco que parecesse...
E agora consigo claramente discernir muitos momentos como: era o que tinha que ser feito.
Não me protegi para não sofrer.
Sempre tive medo, mas a vontade de viver e ser feliz sempre foi muito maior.
Não criei uma fortaleza, nem me acho melhor ou pior que ninguém.
Criei uma guerreira da vida.
Alguém com a coluna ereta, o corpo forte, a respiração tranqüila e a mente em paz. Que só quer espalhar o bem, acreditando no poder de viver a Verdade com amor.
Grandes capítulos estão por vir.
E o melhor é que o objetivo da vida está traçado: viver o yoga.
Então assim fica mais fácil, porque se há foco, determinação, não há nada que possa me tirar do caminho. Já que a força faz parte de mim.
Um novo capítulo já se iniciou, e como sempre, com muita intensidade e amor.
Muita emoção está por vir junto dessa morte.
Mas quando usamos o coração para agir, sem qualquer duvida da mente, a única coisa que posso sentir agora é paz interior.
E muita confiança em escrever um lindo livro da vida.
Pois essa aqui é só uma.

Pode parecer loucura


Se escolhi um dia para ser feliz, esse dia é o hoje.
Só agora.
Simples.
Sem depender da opinião de mais ninguém.
Porque isso não importa.
Em nada mudaria.
Ouvir o coração falar é tão forte, profundo, que só me faz ter a certeza de que estou no único caminho em que poderia estar agora.
Qualquer atitude contraria seria fugir do coração.
Do que é puro.
Autêntico.
Não escolhemos nada.
Nem quero ser escolhida.
Quero e vivo a verdade.
Não vou fugir disso.
Não há mais saída.
Se é que há um futuro, ele será fruto desse lindo presente.
Que foi dado de presente.
Por sorte, merecimento, conseqüência, destino...qualquer seja o nome dado, não vai mudar o que simplesmente é.
Tudo se encaixa como um puzzle.
A vida se encaixa como um jogo, que se bem jogado te leva para o lugar certo, ou para o melhor que acontecer.
O caminho.
Sou uma caminhante pela vida.
Levo meu destino para a liberdade.
Passando por situações que olhadas de fora pode parecer loucura.
Talvez seja.
Loucos para ser feliz e viver com amor.

A essência mais profunda


"O que levava muito a sério antes 
– ambições, planos, expectativas, dúvidas e paixões – 
já não tem nenhum poder profundo sobre você nem o deixa ansioso, 
uma vez que a Visão o ajudou a perceber a futilidade e insensatez de todas essas coisas, 
e fez nascer em você um espírito de verdadeira 
renúncia".

O Livro Tibetano do Viver e do Morrer – A essência mais profunda

Aos pais



Agradeço aos pais por ser tudo o que sou.
Eles mesmos.
Na minha forma.

Plagiando Sri K Pattabhi Jois

"Practice, practice, practice... and LOVE is coming".

Rose, in Palolem

A vida

A vida é
o que queremos
que ela seja.


O pensar


As vezes eu acho que é possível viver livre dos pensamentos.
Mas eles sempre aparecem.
O que fazer com eles?
Observa-los.
Dilui-los no amor.
O amor puro e desinteressado.
É Deus.
Aquela ‘figura’ que existe dentro de nós, que custamos encontrar.
E quando encontramos nos damos conta que somos nós mesmos.
Sou Deus.
Sou Luz.
Sou Amor.
A vida está aqui para mostrar isso.
Quão feliz e afortunada sou.
Puro merecimento.
Gracias a la vida por tudo que tenho recebido.
E pela consciência cada vez maior de que sou muito alem dessa matéria.
O trabalho agora é compaixão.
Ajudar quem amo a enfrentar os pensamentos.
A mente pode transformar tudo em 1 segundo.
Respiro tranqüila.
Feliz.
Livre.
Não há tempo a perder.
Nem tempo de se perder.

Renuncio por amar


Por quantas mortes tenho que passar nessa vida?
Renuncio a tudo por escutar meu coração.
Renuncia que me faz morrer.
E renascer.
Vem um medo enorme antes de aceitar a morte.
Mas sei que o medo faz parte da vida,
Das decisões,
Mudanças.
...
Mudanças profundas que vão de encontro a quem sou.
Acreditando sempre no amor.
Na felicidade.
Por que na real sei que o amor que se tem como estereótipo,
A forma que a sociedade está acostumada a amar é somente uma forma.
Uma projeção.
Em que o amor é algo que traz uma dependência extrema.
Amar é tão mais que isso...
Cada vez mais creio que não existem tipos de amor.
O amor real é um só.
Único.
Universal.
Todo o resto que se tem como amor, teoricamente, não é amor.
Simples projeção.
Espelho.
Um professor que lhe mostra de cara quem você é.
O outro lhe mostra isso todo tempo.
O que você espera, deseja, cria, inventa, se ilude...
Todo esse monte de criações que a mente faz devido as suas carências é o que você vai buscar no outro.
E isso acaba nunca sendo preenchido pelo outro.
Pois só você é responsável por preencher a sua falta.
Só você pode olhar para seu mundo ilusório e compreender, com muito trabalho, que você é um Ser completo.
Mas para isso ser compreendido, muitas mortes tem que ocorrer.
Senão NADA vai mudar sozinho.
Quantas mortes tenho ainda que passar nesta vida eu não sei.
Só sei que esse é o caminho e que, mesmo com medo, eu o enfrento.
E morro.
Renasço.
Vivo.
Morro.
...
E sigo feliz.
Em paz.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Prepare-se para a vida e para a morte


“Lembre-se apenas de como tem sido afortunada, por ter encontrado tantos mestres, recebido tantos ensinamentos e tido tempo e possibilidade de praticar. Prometo-lhe que o benefício disso tudo jamais será perdido.
...
Não importa se seu corpo ou cérebro estarão ainda funcionando: a natureza da sua mente estará sempre lá, como o céu, radiante, abençoada, ilimitada e imutável...

‘Agora vá embora e me deixe só!’ Se então alguma coisa a irrita ou de algum modo a aborrece, não desperdice seu tempo tentando muda-la, mas trate de voltar sempre à Visão.
Não há nada novo que precise aprender. Permita apenas que floresça em você aquilo que já recebeu, e abra-se para profundidades cada vez maiores.
Confie naquela que para você é a mais inspiradora de todas as práticas. Sentir a presença é mais importante do que dispor de detalhes de uma clara visualização.
...
Não importa o que esteja acontecendo com seu corpo, lembre-se de que seu coração nunca fica doente ou incapacitado.
...
A simplicidade da confiança total é uma das forças mais poderosas do mundo.
...
Simplesmente confie e sinta-a no seu coração. Tudo agora depende da inspiração, porque só ela relaxará sua ansiedade e dissolverá seu nervosismo.
...
Abandone tudo, solte-se de tudo.
Não se preocupe com coisa alguma. Ainda que perceba que sua atenção está vagando, não há uma ‘coisa’ particular a que você deva se agarrar. Deixe tudo fluir e deixe-se levar a benção que está em tudo. Não permita que questões menores ou insignificantes distraiam você.
Você recebeu os ensinamentos e também a introdução à natureza da mente; então relaxe, sem dúvidas na mente.
Você tem bastante sorte em ter por perto bons amigos espirituais. Anime-os a criar um ambiente de prática ao seu redor e a continuar praticando com você até sua morte e depois dela.
...
Oro para que a cada momento de despertar você possa unir-se com a prática, numa atmosfera viva e iluminada de inspiração.
Deixe que a atmosfera da prática invada os mínimos pontos da sua vida.
E permita, com ela, que a prática seja sua ultima e mais forte memória e influência sobre sua mente, entrando no seu fluxo mental no lugar dos hábitos comuns do dia-a-dia.
...
Qualquer que seja o pensamento com que morra, lembre-se, é o que retornará mais forte quando redespertar nos bardos após a morte”.

Livro Tibetano do Viver e do Morrer

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vida-morte-vida

Quantas mortes tenho que viver nessa vida?
Quando parece que está tudo calmo...
Mais uma morte tenho que encarar.
Para viver.
E assim sigo...
Vivendo.
Morrendo.
Vivendo...
Até a próxima.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Somos poucos


Somos poucos os que vivem sem regras
Somos poucos os que buscamos a verdade
Somos poucos os que queremos alcançar a liberdade
Somos poucos os que não tem medo
Somos poucos os que queremos ser felizes,
Com pouco.

Dar a volta aos mundos


Que caminho é esse que estou seguindo?
Para onde estou indo que desconheço?
Sinto uma angustia profunda.
Sinto que meus mundos estão caindo.
Desmoronando.
Todas as ilusões aparecem escancaradas.
Gritando: isso não é real!
Mas tenho fé.
Certeza de que tudo está perfeitamente bem.
No devido lugar.
Nem mais.
Nem menos.
Tudo certo.
Não há para onde correr.
Mas a vontade é essa.
Sair de dentro de mim e correr.
Dar a volta ao mundo.
Aos mundos.
Sem fronteiras.
Sem barreiras.
Sem regras.
Pura luz e entrega.

Se perdendo no eu


Me perco.
Não quero mais ser quem sou.
Tenho vontade de sumir do meu eu.
Viver, sem pensar em nada.
Mas como não pensar?
Não projetar?
Faço planos que sei que vem do ego.
Coisas que quero por ter medo de ficar só.
Movida pelo desejo.
Por querer ser feliz ao extremo.
Curtindo a felicidade e a tristeza.
Chorando feliz.
Sempre com o coração em paz.
Sigo o caminho desse eu.
Que sabe o que quer.
Ou acha que sabe.
Mas as vezes se perde no querer.
Ou no saber.
Mas nunca perde a enorme vontade.
De viver.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dores da vida

Lembrando de minhas amigas, pensando nos mil processos que elas também devem estar passando, nas inúmeras consequências que aparecem devido as nossas atitudes, da grande dificuldade de manter a prática diária, com dores que reaparecem, dores novas, quanta aceitação... Então entro no blog da querida amiga Kaká, sabendo que sempre nos conectamos em algo e lá está o seguinte poema, postado pela Marza, retirado do livro "Asana e lesões em Ashtanga Yoga", do Matthew Vollmer:



"Convite" de Oriah, uma anciã nativa americana:

"Não me importa saber como você ganha a vida.
Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em
satisfazer seus anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade.
Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor,
pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua.
O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza,
se as traições da vida o enriqueceram
ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor.
Quero saber se você consegue conviver com a dor,
a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria,
a minha ou a sua, de dançar com total abandono
e deixar o êxtase penetrar até a ponta dos seus dedos,
sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas,
que nos lembremos das limitações da condição humana.
Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira.
Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo.
Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma,
ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia,
ainda que ela não seja bonita.
E se você consegue fazer brotar a sua própria vida a partir da sua presença.

Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu,
e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago
e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "Sim!"
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem.
Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero,
exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito
para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui.
Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou.
Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se
nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia."

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A little crazy


Num momento a mente dá um nó.
Pode até parecer loucura.
Ou ser.
Tantas perguntas sobre quem sou fazem com que um portal se abra.
O corpo sente medo, mas sabe que está tudo bem.
Me vejo perdida.
Me encontro.
Não penso em nada.
Sinto.
Observo.
Olho as estrelas.
Miro o infinito.
Pergunto quando tudo mudou.
No negro espaço vazio do céu aparece uma luz.
Estrela cadente que vem como uma resposta manifesta.
Paraliso.
Sorrio.
Alivio.
E a musica já se tornou mântrica:
Foi só por um segundo.
Todo tempo do mundo.
Que o mundo todo se perdeu...
E que foi encontrado...
Eu.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um segundo


"Foi só por um segundo

Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu"

Cupido,
Maria Rita

Vazio



Como é profundo o caminho da transformação.
Caminhar em direção ao conhecimento.
Algo mudou aqui dentro.
Uma parte deste ser está morrendo.
Porém nada está sendo perdido.
Somente retirado.
Limpo.
O espaço já existente está cheio.
Objetos são retirados para encontrar o espaço.
E assim consigo ver o vazio.
Que aqui está.
E sempre esteve.
Cheio.
Vazio.
Livre.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Junior


“Nahi milega”
U can`t find

Enquanto continuar buscando no lugar errado, você não pode encontrar.