domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dores da vida

Lembrando de minhas amigas, pensando nos mil processos que elas também devem estar passando, nas inúmeras consequências que aparecem devido as nossas atitudes, da grande dificuldade de manter a prática diária, com dores que reaparecem, dores novas, quanta aceitação... Então entro no blog da querida amiga Kaká, sabendo que sempre nos conectamos em algo e lá está o seguinte poema, postado pela Marza, retirado do livro "Asana e lesões em Ashtanga Yoga", do Matthew Vollmer:



"Convite" de Oriah, uma anciã nativa americana:

"Não me importa saber como você ganha a vida.
Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em
satisfazer seus anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade.
Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor,
pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua.
O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza,
se as traições da vida o enriqueceram
ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor.
Quero saber se você consegue conviver com a dor,
a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria,
a minha ou a sua, de dançar com total abandono
e deixar o êxtase penetrar até a ponta dos seus dedos,
sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas,
que nos lembremos das limitações da condição humana.
Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira.
Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo.
Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma,
ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia,
ainda que ela não seja bonita.
E se você consegue fazer brotar a sua própria vida a partir da sua presença.

Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu,
e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago
e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "Sim!"
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem.
Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero,
exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito
para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui.
Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou.
Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se
nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia."

Um comentário:

  1. Rô, estou acompanhando sua jornada a distância pelo blog e, acredite, suas palavras têm iluminado minha jornada aqui do outro lado do globo....rs

    Saudades!

    beijos,

    Rapha

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