terça-feira, 6 de abril de 2010

Flexibility and Joy







Quando falamos em flexibilidade logo lembramos de um corpo alongado, solto, apto para fazer vários movimentos difíceis, que só é possível depois de muito tempo de prática de yoga ou de alguma dança. Mas saindo dessa visão física, pensando em flexibilidade mental, me pergunto até que ponto sou flexível nas minhas atitudes, na minha vida. Somos cheios de regras, mesmo para buscar a liberdade há muitas regras. Então, como se flexibilizar sem fugir das regras?
A prática de Ashtanga não é fácil, essa sim é cheia de regras, afinal é um método. Tem que seguir a respiração, sincronizar com movimentos, fazer bandhas, drishtis, além da sequência, que deve ser feita sem criação nenhuma. Tudo conectado.
Tive toda essa reflexão após participar do workshop de Manju Jois e Andres Wormull em Florianópolis, no feriado de Páscoa.
Como sempre, tudo muito lindo e intenso. Questionamentos e resoluções. Aprendizado e entrega. E o mais importante...alegria (que preferi usar aqui joy, que é contentamento, alegria, felicidade...tudo junto).
E depois de tudo isso volto para casa, São Paulo, e com muito frio e sozinha retomo minha prática diária. E o que acontece? Veio uma dificuldade imensa em assimilar tudo o que aprendi, novas posturas que nunca fiz e um enorme questionamento: afinal, quem é meu mestre?
Sinceramente eu nunca me importei muito com essa questão, tive poucos professores mas sempre segui a risca o que me ensinaram. E de um tempo pra cá tenho praticado sozinha, vou a Mysore todos os anos e aceitei o Sharat como meu professor.
E a questão é...será mesmo que ele é meu mestre? Eu tenho que aceita-lo de coração e na verdade não sei se o considero como tal. Sigo a tradição, tenho um respeito enorme, amo ir a Mysore, ser aceita como um dos milhares estudantes que vai lá e sempre pratico com toda minha devoção. Mas às vezes me incomoda que ele não sabe nem meu nome, nem minhas mega dificuldades e esforço em ir para lá, não tenho abertura em questionar e não me sinto a vontade para tal. Então, voltando ao Brasil, novamente encontro Manju, com toda sua doçura e Andres, uma pessoa muito especial, que tem muito a ensinar e o coração aberto para ouvir. Sinto que há muito o que aprender com eles e com certeza aprendi bastante em 3 dias.
Às vezes é assim, você está pronto e o conhecimento simplesmente vem, como uma linda brisa do mar que toca o seu rosto e você fecha os olhos, e solta um sorriso que fica marcado para sempre.
Com tanto questionamento com relação a quem seguir, aparece outra pergunta...por que não seguir todos eles até eu mesma encontrar a resposta?
O mais importante de toda essa história eu já sei. Qual é o meu caminho e o que eu quero.
Então é isso! Minha prática já faz parte do meu ser. Não importa se fazendo kapotasana, pincha mayurasana ou marichyasana...isso tudo é pequeno perto da grandeza da prática do Yoga.
Queridos professores, obrigada por me ensinar que a flexibilidade com relação às minhas ações e a alegria/contentamento com relação ao resultado dessas ações é o que dita o ritmo da vida.

*mais fotos em www.flickr.com/photos/rocastellari

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