terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dez dias


Ainda em Tiru, muito mais tempo que o previsto, entregues à força de Arunachala, Hara não se sente bem, não pratica a dias, se sente fraco... Quero ir embora!
Ok, nós três entramos em acordo, vamos resolver tudo por aqui e vamos no domingo. Compras, encomendas, pagamentos...business na Índia não é fácil.
Programamos a ida para domingo ou segunda, alugamos a casa que estávamos para uma australiana, Mary.
Passam-se os dias, não resolvemos tudo e nos damos conta que não faz sentido ir a 2 dias antes da lua cheia. Quero fazer pradarkshana ao redor de Arunachala!
Então, resolvemos mais uma vez ficar, vamos quinta-feira.
Ligo para Mary, para comunica-la, porém ela já tinha se programado e não teria para onde ir. Assim, ou vamos correndo ou buscamos outro lugar... Ficamos, claro.
Dividi a casa com Mary, e eles se mudaram para uma casa no campo. Resolvemos todos os negócios, compramos passagem de bus para quinta às 10h30, reservei taxi com Ganesh para nos pegar em Bangalore e avisei a casa em Mysore que estava chegando.
Na quarta, com Tiru lotada de pessoas, num fim de tarde lindo, com a lua incrivelmente cheia, amarelada, 1h antes de fazer a caminhada, estou no centro resolvendo algo e vamos no chai stand. Olho para frente e tenho como uma miragem: Andrés (!!?)
Não creio, como podemos encontra-lo no ultimo instante por aqui, se vamos embora amanhã?
Ele nos diz que ficaria só 2 dias, com um grupo de turistas do Chile, depois seguiria viagem e volta a Tiru no fim do mês.
Vamos ficar com ele, 2 dias não mudam em nada a ida a Mysore. Claro! Ficamos...
Mudamos a passagem para Sab.
Nos juntamos com alguns amigos para fazer a caminhada a noite. Foi muito especial, mais um daqueles momentos que é impossível descrever em palavras.
Lua cheia linda, iluminando todo o caminho; milhares de indianos caminhando juntos; uma organização desorganizada que só se passa na Índia; devotos fazendo filas para dar a volta ao redor dos inúmeros templos que tem ali; fogo aceso em cada ponto sagrado do caminho; musica; mantras; pedintes; peregrinos; famílias; todos descalços; Arunachala Shiva sendo cantado por todo caminho; tendas com comida, chai, DVD, cd, roupas, palm reading, encantador de cobras, insensos; e muita devoção num ambiente cheio de luz e elevação, protegidos pela montanha sagrada todo o caminho. 14km. +- 4h de caminhada.
Resultado: felicidade no coração.
Passamos toda a quinta com Andrés, conversamos muito. O considero como uma pessoa bastante importante no meu processo, na minha história com o yoga, muito da minha prática mudou desde que o conheci, aprendi os cantos védicos e sua experiência e conhecimento são profundos.
Diante de vários questionamentos que apareceram durante essa viagem, muitas resoluções internas e o mais importante que tenho (temos) seguido é o coração.
Assim, vem as respostas mais claras e simples.
Talvez precisamos ouvir de quem confiamos: escutem o coração meus queridos, não a mente.
E este está sendo o enredo dessa trip toda. Nada muito racionalizado e planejado, e sim sentido e entregue.
Mudança de planos, mais uma vez.
Seguimos na sexta pela manhã com Andrés e seu grupo de turistas num bus para Auroville e Mamallapuram, onde ficamos por 2 noites. Consideramos essa parada como o limbo. Para refletir sobre a saída repentina de Tiru, de uma forma totalmente não imaginada, imprevista. Como tem sido desde o princípio.
Refletir também sobre o presente: o que estamos fazendo nesse lugar? Que tem uma energia estranha, totalmente diferente de onde estávamos, cidade turística que não entendi direito por que. Uma energia parada. Mas estávamos bem. Decididos. Felizes. Esperando o next step da trip... Goa.
Embarcamos domingo.
E aqui estou, sobrevoando a praia, pronta para o desembarque. Com muita vontade de mergulhar na prática com Rolf e na praia.
Enjoy!!



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