terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Impermanências


Incrível a intensidade que começou a minha viagem.
Como tudo na vida terrena é impermanência, chamado aqui na India de maya, o “jogo” de ilusão, fui colocada em situações completamente contraditórias em pouquíssimo tempo.
Domingo, um dia que me pegou de surpresa. Foi-me dada a felicidade do viver, estar, rir absurdamente, descobrir a bela intensidade do presente. Caminhei despretensiosamente por 12km, sem me cansar nem reclamar, e vi Arunachala de todos os ângulos.
Segunda, um dia calmo, que eu queria estar comigo mesma. Após praticar sozinha e tranquila, tomei café-da-manhã e meditei no Ramanashram, também só. Voltei para casa feliz, descansei, li e então resolvi sair para almoçar. Levei a bicicleta, a mais antiga que já andei, caminhei uns 10 passos de casa, subi na bike e…cai. Forma mais besta de cair, impossível. Virei o pé esquerdo mas achei que não seria nada, então continuei a aventura até o restaurante. Não podia mais ficar sozinha, encontrei o amigo Gabriel, senti que o encontraria lá. Quando sentei, vi uma bola no canto do pé, e outro presentimento…isso não tá legal. Depois de uma novela indiana, pois no retaurante não tinha gelo, usei o copo de refrigerante gelado do amigo no pé, coloquei um pote de sorvete como impoviso, fui então ajudada por outra amiga, Luiza, e fiquei com gelo no pé. Na hora de voltar, quando criei coragem, não consegui pisar. Ai que dor! Caminhei e pulei degraus como saci, meu amigo chamou um rickshaw, e nesse meio tempo recebi alguma opiniões sobre o que fazer e ganhei mais gelo. Comprei pomada e faixa, e vim pra casa.
Agora aqui estou. Já vi filme, li livro, pensei na vida como é doida mesmo, chorei, tomei remédio e só lamento não ter internet (ela vem e vai, como tudo).
Não tenho idéia qual será o próximo capitulo de mais uma aventura na India. Como tudo está certo como está. Sei que tudo passa. E que há algum motivo… Tento acalmar meu coração, sorrir para a louca impermanência e torço para poder ir bem a Mysore.
Será que Arunachala quer que eu fique?
Still going with the flow…

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